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Marisa Gaspar

Será que alegria realmente indica felicidade?


Quando observamos um grupo de pessoas felizes em um barzinho, comemorando, rindo e contando piadas podemos pensar: “estas pessoas não sabem o que é solidão, estão sempre rodeadas de amigos e não podem imaginar como é se sentir sozinho!” Mas, e se a cena continuasse e pudéssemos acompanhar cada uma delas de volta ao seu lar. Provavelmente levaríamos um susto se observássemos que aquela pessoa mais animada, aquela que mais gargalhava e falava alto era justamente a mais solitária.

Quando todos foram embora ela ficou na solidão do seu vazio interior. E é essa solidão que mais dói, a solidão interior que nos faz sentir abandonados por nós mesmos. Muitas vezes a pessoa solitária assume vários compromissos por dois motivos principais, o primeiro para não parecer aos outros uma pessoa solitária e o segundo motivo para não entrar em contanto com a profunda tristeza de uma alma ferida.

Quando temos uma tristeza enorme em nossa alma e não vivemos esta emoção adequadamente temos a tendência de querer que os outros nos vejam como pessoas ocupadas e felizes, com muitos compromissos sociais e profissionais. Isso é uma forma de defesa, mas esconde um grande sofrimento. E este sofrimento está tão bem escondido que até a própria pessoa desconhece. Mas de onde vem tanto sofrimento? São diversas as fontes, mas todas são proporcionadas pela própria vivência de cada um no mundo e principalmente pelas experiências vividas nos relacionamentos pessoais.

Então podemos começar a pensar que as aparências podem nos enganar muito. Desejar ter uma vida semelhante à de alguém não parece ser o ideal. Como saber o que ocorre no íntimo de cada um? Será que aquela pessoa que parece ser tão feliz realmente está satisfeita com a sua vida interior? E aquela que prefere ficar só e se afasta de eventos sociais está realmente solitária? Apenas cada um pode responder por si mesmo.

É essa solidão que fere a alma, mas como diminuir esta dor? Um dos maiores motivos de solidão da alma vem da necessidade de atender as expectativas dos outros com relação ao nosso próprio comportamento. Não assumir a própria identidade e o próprio corpo nos afasta da nossa verdadeira essência isolando e aprisionando a nossa alma ferida em um cantinho escuro e sem esperança.

Uma vida baseada no que os outros pensam nos torna vazio de nós mesmos. O medo de não ser aceito no grupo nos afasta de quem realmente somos lançando-nos na futilidade da vida. Portanto, comece a se escutar, respeite o seu corpo, cuide-se, evite situações de risco, dê valor as suas emoções, seja quem você realmente é, não se ausente da sua vida deixando que outros escolham por você. Assuma a sua própria vida e o seu interior começará a ser preenchido! Dê oportunidade para sua alma sair dessa prisão e comece a cuidar da ferida que ela carrega.

Pense nisso! Um grande abraço Psicóloga Marisa Gaspar

CRP 05/33597

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