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Marisa Gaspar

O uso do desenho livre como recurso psicoterapêutico


Quando usamos a arte como recurso psicoterapêutico precisamos ter em mente a atividade que vamos propor a partir de um conhecimento prévio do estudo do material que será utilizado. Cada material apresenta propriedades que ativam as emoções e sentimentos de formas diversificadas, auxiliando nos conflitos internos e inconscientes do cliente.

Aqui neste artigo apresentarei o desenho como a técnica mais usadas no setting terapêutico devido a sua praticidade no manuseio necessário para a sua realização. Para compor um desenho o cliente precisará de pouco espaço e os materiais para esta atividade podem ser guardados em qualquer caixa. Esta técnica deve ser usada com clientes que já tenham sido previamente identificados com disponibilidade psíquica para a introversão. Pacientes mais rígidos e com a criatividade bloqueada talvez rejeitem esta proposta de desenhar.

Para os desenhos usamos o papel como base, podendo ser de diversos tamanhos, cores e texturas. Podem ser desde o A4 até a cartolina ou papel quarenta quilos. Para desenhar podem ser utilizados o giz de cera, pastel a óleo, pastel seco, lápis de cor, lápis de cor aquarelado, hidrocor, carvão e lápis grafite. Todos tem significado terapêuticos semelhantes.

No desenho, a coordenação motora fina será trabalhada, portanto o controle é essencial, não só o motor, mas principalmente o intelectual. A atenção, a concentração e o contato com a realidade serão explorados. Crianças e adolescentes aceitam imediatamente a proposta de desenhar, no entanto os adultos muitas vezes sentem-se intimidados por uma folha em branco disponível à sua produção. Sentem medo da crítica do psicólogo, e muitas vezes apresentam autocrítica negativa com relação ao seu desenho. O que é preciso destacar para o cliente, neste momento inicial, é que não se espera uma obra de arte e sim uma produção sincera e autêntica que poderá oferecer um caminho para revelar sua angústia e suas dificuldades.

Nesta proposta de trabalho o psicólogo pode escolher o desenho de cópia que enfoca a atenção na realidade exterior. Costuma ser indicado para pessoas que fantasiam a realidade obrigando-as a perceber e reproduzir a realidade tal como apresentada. Provavelmente sentirão grande dificuldade em reproduzir o desenho, revelando a própria dificuldade de dar direcionamento na sua vida baseada em dados reais. É indicado para pessoas dispersas, sonhadoras, confusas e adolescentes.

O psicólogo pode usar o desenho livre, proporcionando aos seus clientes a oportunidade de entrar em contato com a realidade interna, favorecendo que surjam em suas produções os conteúdos que estejam a ponto de emergir. Indicada para pessoas que tem facilidade de introspecção reflexiva. Como última proposta temos os desenhos dirigidos, onde o psicólogo sugere um tema que precisa ser trabalhado por seu cliente. Através do desenho é possível entrar em contato com sua realidade e mobilizar emoções bloqueadas que precisam vir à tona, sendo indicado para pessoas deprimidas, com tônus vital rebaixado. É importante destacar que, em qualquer destas propostas não será necessária análise do desenho, e sim a análise da interpretação do cliente com relação a sua produção e a sua experiência com o material. Qualquer produção realizada pelo cliente estará repleta de sua subjetividade e auxiliará no seu autoconhecimento e no seu desenvolvimento necessário.

Psicóloga Marisa Gaspar

CRP 05/33597



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